Super Apps no Setor Financeiro: Expandir capacidades e preparar o futuro
Um estudo da Gartner prevê que, até 2027, mais de 50% da população mundial vai utilizar múltiplas Super Apps no seu dia a dia. Se metade de nós as vai utilizar, importa compreendermos o que são e onde já fazem a diferença.
As Super Apps são plataformas multifuncionais integradoras, que oferecem diversos serviços digitais sob um único teto, como pagamentos móveis, transferências de dinheiro, investimentos, empréstimos, seguros e muito mais. Estas aplicações são projetadas para fornecer uma solução all-in-one aos utilizadores, permitindo a gestão das suas finanças de forma eficiente e conveniente.
No setor financeiro, no qual a emergência das Super Apps se destaca como nova tendência, estas plataformas reconfiguram a relação cliente-empresa e instigam as instituições financeiras a reinventarem as suas abordagens tecnológicas.
Neste cenário, os bancos encontram-se perante um dilema: optar por competir diretamente com Super Apps ou estabelecer parcerias estratégicas para se manterem relevantes. E, para isso, é imprescindível que intensifiquem o investimento em infraestruturas avançadas de TI, em competências de desenvolvimento de software e em culturas organizacionais que valorizem a inovação colaborativa e a adoção de serviços inovadores.
Agilidade no desenvolvimento e implementação destas novas tecnologias e processos é um pré-requisito para a sustentabilidade da banca. Metodologias ágeis e DevOps podem acelerar os ciclos de desenvolvimento, permitindo a implementação de novas funcionalidades e a adaptação rápida às mudanças e exigências do mercado.
Contudo, as Super Apps apresentam desafios significativos em termos de segurança e proteção de dados e devem estar em conformidade com as regulamentações nacionais e internacionais. Estas exigências requerem que os bancos estejam atualizados com as mudanças nas leis de proteção de dados e regulamentações financeiras, adaptando as suas práticas e soluções para atender a essas obrigações legais.
Parcerias com grandes empresas de tecnologia, startups fintechs e outros bancos podem ser formas eficazes para as organizações do setor financeiro explorarem o "modelo de Super App". Estas parcerias oferecem, em simultâneo, acesso a novas tecnologias, insights de mercado e capacidades ampliadas, acelerando o desenvolvimento e a inovação.
Na era das Super Apps, os bancos precisam de adaptabilidade para sobreviver e prosperar, expandindo capacidades, adotando uma cultura de inovação contínua e focando na segurança e conformidade. Essa transformação exige comprometimento, visão e execução, de acordo com as necessidades de cada banco ou instituição financeira.
É uma jornada de transformação estratégica que se impõe num mercado que já conta milhões de utilizadores, que já convenceu a Ásia, e que abre as portas do futuro à banca tradicional através da diversificação de serviços e da curadoria da experiência do utilizador.
in Jornal de Negócios | 23 agosto 2024
Claranet | Financial Services & Insurance
Nuno Sousa, Financial Services Director - Claranet Portugal
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