Parceria inclui o desenvolvimento de uma plataforma GPT privada para esta firma de Advogados e vários projetos experimentais baseados em ferramentas de Inteligência Artificial Generativa (GenAI).
A Claranet e a Vieira de Almeida escolheram o palco do Building the Future 2024 – o maior evento sobre transformação digital realizado em Portugal - para falar das alterações que as ferramentas de GenAI poderão introduzir nas organizações de todos os setores de atividade - e, em particular, do potencial que podem ter no setor jurídico.
Durante a keynote session “The Survival of the Transformers in a Generative AI World”, Hélder Pinheiro, Data & AI Director da Claranet, começou por destacar o potencial disruptivo de IA em inúmeros setores, que permitirá “gerar automatismo onde antes era muito difícil conseguir”, em concreto nas tomadas de decisão, colaboração e gestão de dados, por exemplo.
Os especialistas começam a acreditar que a Inteligência Artificial vai atingir um desempenho de nível humano mais rápido do que alguma vez foi conseguido.
Para este responsável:
Provavelmente, o maior desafio vai ser o modelo de negócios herdado de taxa horária. Hoje em dia, a maioria dos serviços jurídicos continuam a ser disponibilizados com base no esforço e numa cotação sobre esse esforço (…) e mesmo os clientes estão normalmente confortáveis com este modelo.
Vídeo Completo > Claranet e Vieira de Almeida @ Building The Future | The Survival of the Transformers in a Generative AI World
Neste contexto, o representante da Vieira de Almeida afirmou que há uma resistência à mudança, mas que esta é inevitável: “num negócio onde as palavras estão na base, GenAI irá colocar muita pressão para introduzir mudanças no setor jurídico”.
Já Hélder Pinheiro defendeu que “IA vai permitir oferecer serviços a preços mais baixos”, criando stress sobre fornecedores que não empreguem este tipo de tecnologias nas suas soluções e/ou serviços, e mudando a forma como medimos o nosso trabalho.
Além das oportunidades, Hélder Pinheiro referiu também os riscos associados à utilização de GenAI, como a privacidade e a necessidade da existência de regulamentações, aos quais Rui Alves, CIO da Vieira de Almeida, adicionou as mudanças nos modelos de negócio que estas tecnologias vão implicar.
Do ChatGPT à experimentação
Os representantes da Claranet e da Vieira de Almeida aproveitaram o evento organizado pela Microsoft para falar do lado prático da utilização de ferramentas de GenAI no setor jurídico, descrevendo os projetos conjuntos já materializados, ou em implementação.
Desde um ChatGPT privado a outros projetos para explorar as bases de documentos internos, apoiar o upload de ficheiros ad hoc, a transcrição de documentos audiovisuais ou a produção de texto, todos os use cases estão baseados numa abordagem que privilegia a experimentação, com o intuito de avaliar a sua viabilidade.
Em termos práticos, os projetos têm como base metodologias de Minimum Viable Product (MVP) e Proof of Concept (POC), com duração máxima de 2 meses, nos quais existem constantes testes de utilização e recolha de feedback para afinação da solução; de seguida, está contemplada uma fase de decisão "push/scale it or bin it" tendo em conta os resultados e grau de aplicabilidade da solução.
“Na entrega, há também que fomentar uma cultura de experimentação, independentemente do sucesso ou do insucesso que [os projetos] venham a ter. Em GenAI, temos de tentar!” insistiu Hélder Pinheiro.
GenAI e os desafios internos da Claranet
Antes de avançar para o desenvolvimento de projetos externos, a Claranet abraçou as tecnologias de GenAI em soluções internas, enriquecendo a sua experiência e know-how para melhorar processos e ganhar insights para partilha com os clientes.
Hélder Pinheiro aproveitou a sua intervenção para elencar esses projetos – um ChatGPT privado implementado em todos os países do Grupo, um Assistente Virtual para questões ligadas a RH e um sistema de catalogação de tickets automáticos – destacando a importância de se assumir uma cultura de experimentação:
Atualmente, com GenAI é importante desafiarmo-nos, tentar evoluir e mudar… caso contrário, o futuro poderá chegar um pouco tarde.