Comércio eletrónico e internacionalização: automação e Inteligência Artificial nas PMEs
O cenário empresarial atual está em constante evolução, e as pequenas e médias empresas (PMEs) portuguesas não estão imunes a estas mudanças. Uma das alterações mais sentidas prende-se com a forma de comércio – e em especial com o comércio eletrónico, uma das áreas que mais tem crescido e onde a concorrência nunca foi tão forte.
Assim, a pergunta que se coloca é: como podem as PMEs destacar-se neste ambiente cada vez mais competitivo?
A resposta reside, em grande parte, na adoção de tecnologias como a automação e a inteligência artificial (IA), que têm o poder de transformar a forma como as organizações operam, crescem e competem. Embora muitas vezes vistas como acessíveis apenas a grandes empresas, a automação e a IA podem ser integradas nas PMEs, com impacto significativo no comércio eletrónico.
Por um lado, a automação de processos pode ajudar a simplificar tarefas repetitivas e manuais, permitindo que as equipas se concentrem em atividades mais estratégicas. Por outro lado, a IA vai mais além e, ao analisar grandes volumes de dados, fornece insights valiosos que permitem identificar padrões de comportamento, prever tendências e antecipar necessidades, ajudando as organizações a tomar decisões mais informadas e a adotar estratégias de marketing mais eficazes.
Além disso, permite ainda uma melhoria significativa na experiência do cliente, através da personalização por meio de recomendações de produtos, atendimento automatizado e análise de comportamento de compra.
Desta forma, ambas as ferramentas não só melhoram a eficiência operacional e a satisfação do Cliente, como permitem que as PMEs inovem ao mesmo tempo que oferecem um serviço mais alinhado com as expectativas dos consumidores, o que é crucial num mercado digital cada vez mais exigente.
Embora desafiante, especialmente para PMEs - uma vez que não possuem os mesmos recursos que grandes empresas -, também a expansão internacional se torna cada vez mais acessível a este tipo de organizações, graças à tecnologia.
A automação e a IA podem facilitar a internacionalização das PMEs ao permitirem que estas operem em mercados globais com facilidade semelhante à que teriam a nível local, sem necessidade de grandes investimentos. Por exemplo, a IA ajuda as empresas a adaptar as suas ofertas às necessidades específicas de diferentes mercados, porque permite compreender os comportamentos e preferências locais, sendo este o grande diferencial para uma PME se destacar em mercados estrangeiros.
Assim, é fácil compreender que estas ferramentas vêm, simultaneamente, permitir às PMEs escalar as suas operações sem a necessidade de aumentar proporcionalmente os recursos humanos, facilitando o crescimento sustentável.
É certo que a adoção de novas tecnologias pode também ser desafiadora para muitas PMEs. Questões como a falta de conhecimento técnico ou a resistência à mudança podem ser obstáculos significativos. No entanto, a transformação digital não precisa de ser um processo repentino. O truque é abordá-la de forma gradual, com uma estratégia bem definida e com o suporte adequado – e isso passa, naturalmente, por procurar soluções que se ajustem à dimensão e às necessidades específicas de cada organização. Também a formação e o apoio contínuo são fundamentais, de forma a garantir que as equipas estejam capacitadas para utilizar as tecnologias de forma eficaz.
A transformação digital assume-se, portanto, como uma necessidade para as PMEs que desejam crescer e prosperar num mercado global cada vez mais dinâmico. Automação e IA não são ferramentas distantes, mas soluções práticas e acessíveis que fazem a diferença na eficiência operacional, na personalização da experiência do Cliente e na expansão internacional.
Ao abraçarem a inovação digital com confiança e visão estratégica, as PMEs portuguesas têm tudo a ganhar neste novo panorama. Mesmo que dar o primeiro passo seja uma decisão complexa, a longo prazo o retorno recebido terá um contributo imprescindível para uma nova era de crescimento e sucesso.
Célio Rijo, Business Senior Director - Claranet Portugal
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